EDITORES E REVISTAS CIENTÍFICAS

Percebemos a baixa qualidade de editores científicos pelo quanto eles ovacionam a própria revista por meio de conquistas fracas. Tratam-se de usar como propaganda bases de dados fracas, indices métricos fracos ou equivocados, posturas editoriais científicas inócuas ou erradas, artigos equivocados etc.

Tais equívocos são facilmente percebidos por cientistas de bom nível. Isso os afasta da proposta editorial. Quem permanece são pesquisadores de baixo nível científico, assim criando um ciclo de colaboração que dificilmente impulsiona a revista para patamares científicos de melhor nível. Além disso, quase nada acrescentam aos autores que se agregam a esse sistema.

Ciência é um sistema de produção de conhecimento de natureza ampla (i.e., internacional) que possui uma clara história sobre seus caminhos e descaminhos. Entrar nele pressupõe optar pelos caminhos e não pelos descaminhos.

Nesse quadro, é necessário que o corpo editorial conte com cientistas de bom nível internacional. Mas não são aqueles nomes famosos que ficam agregados, mas que não participam verdadeiramente da revista. É necessário ao menos um editor científico de alto nível e com disposição para fazer surgir das cinzas uma verdadeira pedra preciosa.

São necessários anos de luta, mas fundamentalmente com conceitos corretos. Não basta ser mais uma no conjunto de dezenas, centenas ou milhares de revistas de um mesmo grande tema. É necessário chegar junto às melhores desse grupo.

Tal caminho exige estratégias científicas, as quais só são concebidas por cientistas de bom nível. Não se tratam de dicas ou acordos políticos para conseguir aplausos e apoios, mas de conceitos científicos sólidos para um crescimento forte e honesto.

Manter ou iniciar uma revista exige essa percepção. Do contrário, corre-se profundo risco de tornar a revista uma mera brincadeira de distribuição de troféus em meio à ignorância cientifica.

No passado, as grandes revistas não nasceram já grandes. Hoje, as filhas dessas revistas conceituadas já nascem grandes, mas esse foi o produto de uma história de ciência de um grupo científico forte. Não foi aceitando artigos fracos que revistas top se tornaram top. Afinal, o meio “hard” ao qual se dirigem os produtos das revistas se interessa em ler artigos inovadores, fortes e importantes.

Aprenda ciência e depois use-a para construções dentro da ciência. Não há milagres, mesmo havendo alguma politicagem.

[Texto publicado originalmente no LinkedIn de Gilson Volpato]

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